Eu tenho,
algum dia, no oceano,
(Mas eu não sei mais se debaixo de que céus),
Lançado, como não me oferecendo ao nada,
Todo um pequeno precioso
vinho...
Quem quis esta
perda, oh licor?
Eu obedeço, talvez ao vidente?
Talvez para a
preocupação de meu coração,
Pensando em sangue, vertendo-me vinho?
Em
transparência habitual
Depois da fumaça rosa
Recupera-me como o mais
puro mar...
Perdido o vinho, misturado entre as
ondas!...
Eu cuidei de saltar meu ar amargo
Das faces mais profundas...
( Paul Valery, O VINHO PERDIDO)
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