domingo, 24 de agosto de 2008

COM VONTADE DE CHORAR, DEIXO AQUI ALGUNS VERSOS QUE ENCONTREI

Não sei quem os escreveu...


A ÚNICA COISA QUE EU SEI É QUE A MINHA ALMA GEME NO SILENCIO DOS MEUS PENSAMENTOS, É UM GRITO SURDO, UMA DOR SEM DOR, UM MEDO CONFUSO... SAUDADES DO SEU AMOR?

NÃO HÁ COMPREENSÃO PARA O QUE SINTO...
ENTÃO, DEIXO AQUI OS VERSOS TRISTES QUE ME FALARAM À ALMA


CHOREM COMIGO....

[...]

Tanto nos amávamos
Tão próximo tínhamos os corações

O seu batimento era tão alegre e doce
que partilhavam veias
Artérias
... E sangue
Se necessário fosse

Tanto nos amávamos
tão próximo tínhamos os corações
Que sentíamos os mesmos desejos
Viviamos as mesmas emoções
Comungávamos as mesmas ideias
Enredados nas mesmas teias
Tecidas de aventuras
Sonho
Fantasia
E futuro

Tanto nós nos amávamos
Tão pr´ximos tínhamos os corações
Que no mais leve pensamento
Percebíamos a presença do outro
E ouvíamos o que o outro dizia
Por mais que fosse a lonjura do afastamento
E o vento

Viesse ele donde viesse
Era seu perfume que trazia

Tão próximo tínhamos os corações

Que bastava um sussuro para ouvir

Um arfar para sentir

Um gesto

Um toque

Um pestanejar

para despertar o desejo

E ter o ensejo de amar





domingo, 27 de julho de 2008


Hoje acordei com vontade de poesia...

Pensei, porque não falar de amor, porque não falar de dor...

Escolhi
Florbela Espanca...

Deliciem-se

MAIOR TORTURA

Na vida, para mim, não há deleite.
Ando a chorar convulsa noite,
E não tenho nem sombra em que me acoite,
E não tenho uma pedra em que me deite!

Ah! Toda eu sou sombras, sou espaços!
Perco-me em mim na dor de ter vivido!
E não tenho a doçura duns abraços
Que me façam sorrir de ter nascido!

Sou como tu um cardo desprezado
A urze que se pisa sob os pés,
Sou como tu um riso desgraçado!

Mas a minha Tortura inda é maior:
Não ser poeta assim como tu és
Para concretizar a minha Dor!

Florbela Espanca - Trocando olhares

* Como o mesmo título de “A Maior Tortura”, e dedicado “A um grande poeta de Portugal”, este soneto comparece refundido em Livro de Mágoas.

NOIVADO ESTRANHO


O luar branco, um riso de Jesus,
Inunda a minha rua toda inteira,
E a Noite é uma flor de laranjeira
A sacudir as pétalas de luz…

A luar é uma lenda de balada
Das que avozinhas contam à lareira,
E a Noite é uma flor de laranjeira
Que jaz na minha rua desfolhada…

O Luar vem cansado, vem de longe,
Vem casar-se co´a Terra, a feiticeira
Que enlouqueceu d´amor o pobre monge…

O luar empalidece de cansado…
E a noite é uma flor de laranjeira
A perfumar o místico noivado!…

Florbela Espanca - Trocando olhares - 30/04/1917

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

COMEÇO ESTE BLOG ASSIM


POEMA DE MULHER

Que mulher nunca teve Um sutiã meio furado, Um primo meio tarado, Ou um amigo meio viado?
Que mulher nunca tomouUm fora de querer sumir, Um porre de cair Ou um lexotan para dormir?
Que mulher nunca sonhou Com a sogra morta, estendida, Em ser muito feliz na vida Ou com uma lipo na barriga?
Que mulher nunca pensou Em dar fim numa panela, Jogar os filhos pela janela Ou que a culpa era toda dela?
Que mulher nunca penou Para ter a perna depilada, Para aturar uma empregada Ou para trabalhar menstruada?
Que mulher nunca comeu Uma caixa de Bis, por ansiedade, Uma alface, no almoço, por vaidade Ou, um canalha por saudade?
Que mulher nunca apertou O pé no sapato para caber, A barriga para emagrecer Ou um ursinho para não enlouquecer?
Que mulher nunca jurou Que não estava ao telefone, Que não pensa em silicone Ou que "dele" não lembra nem o nome?
(Autor Desconhecido)